Dica de mestre
A Dica de Mestre
deste mês traz excerto de artigo escrito por Eugênio Mussak, “Minha vida
provisória”, publicado na Revista Vida Simples.
No artigo, o
colunista discorre sobre o “permanente” e o “provisório” em nossas vidas e como
nos comportamos diante destas situações.
Tudo muda. É fato.
E nada escapa! Nossa aparência, nossos gostos, sonhos e planos estão sujeitos
aos “agentes” da provisioridade que a dinâmica da vida nos empresta.
E aí notamos que o “jogo”
do “permanente” e o “provisório” aponta para um só caminho: “a única coisa permanente
na vida é a mudança”.
Vamos ao excerto:
“O contrário do provisório seria o permanente. O
problema é que a permanência não passa de uma ilusão. "A única coisa
permanente na vida é a mudança", disse Heráclito. Tinha razão, o
grego, pois a velocidade com que os elos que formam a corrente de
nossa vida se sucedem é desesperadora. Até o que parece não mudar se
transforma, o que significa melhorar, piorar ou simplesmente mudar.
E há um agravante: nosso cérebro não está preparado
para aceitar isso, pelo menos não passivamente. Resistimos um pouco. E isso
acontece porque somos dotados do famoso instinto de sobrevivência, que
relaciona preservação com estabilidade.
Quanto mais quietinho ficar o bicho, menor a chance de
ser visto e atacado. Na selva, o movimento só tem uma motivação, a busca do
alimento. Não fosse por isso, os animais seriam sedentários.
E, ainda que nossa arrogância humana relute em aceitar,
carregamos alguns modelos de nossos ancestrais, o que nos aproxima de qualquer
bichinho. Entre outras coisas, preferimos a estabilidade para economizar
energia e levar mais tempo para sair atrás da presa. É a equação da preservação
energética, uma das estratégicas mais básicas da sobrevivência.
Por isso gostamos do lugar estável, a casa, a caverna
contemporânea, uma toca moderna. Mesmo aqueles que amam viagens (entre os quais
me incluo) adoram ter um lugar seguro para voltar quando estiverem cansados.
Não é raro ouvir de alguém que a melhor parte da viagem é a volta para casa. Eu
não chego a tanto, mas concordo que é um dos momentos agradáveis de qualquer
viagem.
Por isso, a vida provisória nos
incomoda. E o que é provisório não é só um apartamento locado por curta
temporada enquanto o novo não fica pronto. Estou falando de outras sensações
pouco prazerosas, como aquela que sentíamos quando não éramos considerados
crescidos o suficiente para sair à noite ou viajar com os amigos no fim de
semana. "Espere crescer, você tem avida pela frente", diziam
nossos pais. Ou o estresse do trabalho insano de elaboração da tese de mestrado
antes de sua qualificação. E por aí vai.
A vida é cheia de tempos que têm começo, meio e
fim. Nossa vida é uma sucessão de estados provisórios. Não há o
definitivo. O definitivo é o fim.”
Trouxemos este
excerto a fim de relembrarmos que todas as dificuldades são provisórias. Assim
como o tempo, tudo tem sua hora de, simplesmente, passar ou acabar. E com as
adversidades estudantis também é assim.
Aqueles que se
dedicam com afinco aos estudos, seja para um concurso ou não, deve sempre lembrar
que “um dia a mais de estudo é um dia a menos na fila” e que as dificuldades
são provisórias.
Manter o foco e não
desperdiçar energia, essa é a regra!
Vamos que vamos!
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